JÁ JOGASTE...? #7: BULLY & ROGUE LEGACY
JÁ JOGASTE... BULLY?
Se falarmos de Rockstar, os fãs da indústria de videojogos mais atentos poderão associar este nome ao estúdio que lançou títulos como a polémica série Grand Theft Auto, o charmoso Red Dead Redemption, e até o clássico de culto Max Payne, todos jogos que redefiniram um pouco o que este meio de entretenimento consegue entregar.
Mas hoje vamos falar de outro título que é muito pouco referido quando se fala destes titãs dos videojogos, um com uma temática mais original do que simplesmente cowboys ou gangsters: vamos falar de Bully; um open-world sobre… bem, sobre ser um bully. Dah.
Jogos destes quando saem são sempre propensos a alguma atenção deformada por parte dos media, principalmente aqueles que pouco conhecem sobre esta indústria, facilmente associando-os a violência e empobrecimento de mentes mais jovens. Penso que esta é a altura em que damos todos um suspiro colectivo de impaciência por esta recordação desta constante e estúpida linha de pensamento.
Retratando um pouco violência escolar (mas de longe não sendo definido por tal), Bully torna-se assim num alvo fácil, tendo resultado imediatamente em alegações de que era um “Columbine simulator” (nome dado referindo a escola secundária de Columbine onde, em 1999, ocorreu o massacre de alunos por parte de dois dos seus colegas). No entanto, quem confia na qualidade Rockstar e quem já jogou outros dos seus produtos sabe que este não é um título que impõe factor de choque só para o ter. Quem joga Bully encontra um jogo que segue uma óptima narrativa com gameplay estimulante que, sim, é violento até certo ponto, mas não mostrando nada que não se veja casualmente na televisão ou no cinema, introduzindo até factores de ridículo que retiram a seriedade ao tema e aumentam o divertimento do jogador.
Em termos concretos de gameplay as comparações acabam sempre por surgir com GTA: tal como aí, este jogo é um open-world na 3ª pessoa onde temos liberdade para explorar um pouco como queremos, sempre respeitando a narrativa implementada. Acaba por ser um pouco o resultado da natural evolução do estúdio, pois é fácil ver incorporadas as melhores partes de outros jogos mais experimentais como Manhunt e The Warriors. Mesmo que se apresente como um jogo mais pequeno (cidade mais pequena, narrativa mais restrita) é apenas para enganar: Entrega facilmente dezenas de horas de conteúdo bem desenvolvido ao jogador.
Bully segue Jimmy Hopkins, um adolescente de 15 anos que, após ser expulso previamente de sete diferentes escolas, é enviado pela sua mãe, por um ano, para a conceituada Academia Bullworth. Ao chegar, ganha dois novos amigos, Gary e Petey, que lhe explicam como a escola funciona, apresentando os grupos “sociais” existentes: os Betos, os Atletas, os Góticos, etc,… e que o aliciam a, juntos, tomar a escola de assalto e impôr dominância, com o objectivo de se tornarem lideres do grupo mais ameaçador presente: os Bullies.
Este é um título fantástico para quem quer voltar um pouco a experimentar sensações passadas, revivendo um pouco outros tempos, tempos onde a vida era definida por coisas como a nova bicicleta que finalmente arranjávamos, as rivalidades que disputávamos, e, até mesmo, a constante demanda para engatar aquela miúda mais gira da turma.
Um título bem disposto, com humor peculiar e sólido gameplay que não deve ser ignorado. Asseguramos que vale a pena. Se não acreditar… bem, ajustamos contas no recreio.
Bully existe para Windows, Playstation 2, Playstation 3, Playstation 4, Xbox 360 e Wii.
JÁ JOGASTE... ROGUE LEGACY?
Roguelike é um género muito peculiar dentro dos videojogos que têm ganho alguma atenção nos últimos anos, com o lançamento de vários fortes títulos. É definido por pôr o jogador no meio de uma situação que muda sempre que morre, impossibilitando a, por vezes entediante, noção de já saber o que esperar quando se volta (principalmente após várias mortes seguidas). Em teoria estamos a falar dum género em que qualquer título pode apresentar algo de novo sempre que se pega nele, mesmo quando o ponto de partida é igual.
Baseado claramente em títulos como Castlevania, Rogue Legacy é um título que homenageia o retro, tanto no seu gameplay como na sua fantástica pixelart. Neste jogo 2D o jogador é um aventureiro que investiga o que se passou com um antepassado seu quando este tentou explorar um misterioso castelo. Castelo esse com divisões que mudam todas as vezes que alguém lá entra. No entanto não vale muito a pena apegar se á personagem inicial, já que morrer é muito comum e fácil; além de ser a principal forma de melhorar as habilidades da geração seguinte, já que será um dos herdeiros da personagem caída a continuar a demanda.
Além desta premissa genealógica funcionar que nem uma luva para este género, dá também lugar a fantásticas caracterizações: cada geração não melhora apenas as suas habilidades como tem também características aleatórias sem aparente razão nenhuma. Algumas não influenciam o jogo (como a nossa personagem ser homossexual ou ter tendência a praguejar) existindo para estimular o ambiente caricato, mas outras podem estragar de todo uma personagem e a resultante jogada seguinte (tal como quando se tem miopia, que não nos deixa ver bem o cenário e os seus perigos, ou gigantismo, que retira-nos valioso espaço para nos mover-mos melhor).
O equilíbrio do jogo, mais fundamental em roguelikes que em muitos outros géneros, está no seu sistema de recompensa, relacionado directamente com as moedas de ouro que obtemos, tanto por parte de inimigos derrotados como por certos objectos destrutíveis do cenário. Além de serem a nossa principal forma de melhoras as habilidades (que aumentam vertiginosamente de valor á medida que as compramos) são também usadas para pagar a entrada no castelo, que tem sempre um enorme custo.
Embora isto crie um rotineiro grind, o castelo está dividido em quatro principais zonas, cada uma com o seu boss a derrotar, que assim estimula a exploração e a curiosidade do que pode vir a aparecer. Os controlos são fáceis de aprender, mas a posição aleatória dos inimigos e as suas habilidades conseguem sempre entregar ao jogador um desafio, mesmo após horas e horas a jogar.
É fácil dizer que Rogue Legacy acaba por se tornar viciante, acabando o jogador a condenar geração atrás de geração á morte sempre com a esperança que a moeda ou o quarto extra que consigam atingir seja o verdadeiro fim da sua aventura.
Rogue Legacy existe para Windows, Linux, Mac OS X, Playstation 3, Playstation 4, Playstation Vita e Xbox One.
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