Hotline Miami & Typing Of The Dead



Já Jogaste... Hotline Miami & Typing Of The Dead?




JÁ JOGASTE... HOTLINE MIAMI?

Dás por ti num corredor escuro ao som de uma guitarra distorcida. Entras pela única porta que vês e és recebido por três indivíduos que se sentam no meio de uma sala nojenta infestada de moscas. Usam máscaras de animais. Um cavalo, um galo e um mocho. Dizem conhecer te e gozam te por não te lembrares de quem és.
Dizem que fizeste coisas horríveis. A guitarra guincha ameaçadoramente.
É 3 de Abril de 1989.
Estás no teu apartamento. A paisagem para lá da janela é apenas um gradiente colorido que invoca vómitos. O telefone toca. Uma voz fala, avisando te de uma encomenda que chegou á tua porta. Uma lista de ingredientes que não passam de uma morada e um alvo. Sais, porque sair é a única coisa a fazer.
O carro onde entras, o único objecto que existe no gradiente que envolve tudo no exterior, leva-te ao que apenas pode ser a morada que te deram.
Entras e o objectivo é te natural embora nada to diga. Matas todos os que estão no edíficio. Consegue se ver o sangue deles na tua máscara. Uma máscara de um animal.
Quem és tu afinal? Um assassino a soldo? Um psicopata? Ou simplesmente um drogado numa distorcida trip?



Hotline Miami é um ciclo caótico de repetição com uma singular aparência fantásticamente retro. É claramente inpirado por vários temas cinematográficos dos anos 80 tal como a sua geral vibe de ultra violência, subentendida nas suas animações limitadamente pixelizadas, mas que funcionam tão bem para o efeito. A sua fantástica banda sonora, facilmente aconselhável, baseada em disco e synthwave, embala-nos de forma perfeita enquanto repetímos massacre atrás de massacre. No geral, é um título intrigante e definitivamente viciante, tendo ganho grande fama e culto.


Jogado a partir de uma perspectiva de topo, este título é uma mistura de quebra-cabeças, stealth e acção desenfreada. O objectivo passa sempre pelo mesmo: matar absolutamente tudo o que encontrarmos em cada um dos níveis, com tudo o que podermos usar, seja socos, tiros ou o bem colocado encontrão na porta. Mas se existe variedade na forma de confrontar os inimigos, os riscos de falhar acalmam uma jogabilidade impensada: o mínimo soco ou tiro fugaz resulta num imediato game over e num instântaneo regresso ao ínicio do nível.
Este charme primal da repetição homícida de Hotline Miami é rápido a afectar qualquer um.

Parece um pouco imperdoável mas funciona equilibradamente bem: Os níveis são pequenos e desafiantes de forma justa e desafiante (até introduzindo mesmo uns elementos de surpresa que não vamos estragar aqui) que trazem ao jogo uma profundidade que muitos poderão não estar á espera.
O facto de darem tanta luta a completar, mas mesmo assim conseguindo evitar frustrações que leve o jogador a largar o comando, graças á sua progressão lenta mas constante, resulta num ainda maior sentimento de triunfo do que o habitual, quando finalmente vemos o nosso protagonista regressar ensanguentado ao DeLorean (tinha que ser um DeLorean) que, como sempre, o deixa no ínicio de cada massacre.


De resto, apenas deixamos o aviso para o jogador seleccionar muito bem a plataforma onde jogar: A versão de PC tem indiscutivelmente os melhores controlos em que o rato é a maneira essencial de responder com qualidade á velocidade que este título pede de nós.
No entanto, temos que argumentar que mesmo assim o PC não é a melhor plataforma para experimentar esta obra. Essa honra pertence a uma das consolas, infelizmente à que menos jogadores tem: a Playstation Vita.
Esta handheld injustamente esquecida e desprezada é a melhor forma de experimentar este título, apresentando uma ligeira mistura de comandos analógicos e touch, graças ao seu ecrã com esta propriedade. Para além de tal, o facto de ser portátil e ter um ecrã mais pequeno transmite à, já de sí, experiência retro, um sentimento que amplifica tal característica, talvez por uma melhor apresentação da sua pixelart ou simplesmente por associação aos handhelds de outros tempos.

Terminamos apenas com um extra para fãs e para aqueles que de certeza virão a tornar-se tal: existe um fantástico documentário de meia hora sobre como este singular jogo veio a ser criado. Definitivamente aconselhado. Podes encontrá-lo aqui.


Hotline Miami existe para Windows, MacOS, Linux, Playstation 3, Playstation 4, Playstation Vita e Android.





JÁ JOGASTE... TYPING OF THE DEAD?

Quando os computadores pessoais tornaram-se um produto mais barato e mais comum de obter, isto por volta do fim dos anos 90, uma série de software acabou por aparecer para ajudar os utilizadores a conseguir, de forma ágil e com alguma velocidade adequada, usar o teclado. Acho que podemos dizer que todos nós passámos pela horrível fase de escrever usando apenas um dedo, com repetidos intervalos onde procuramos a tecla que precisamos. Para ser sincero, acho que todos conhecemos alguém que ainda está nela.
A maioria destes títulos de software eram cursos inteiros de "ponha cada mão a ter acesso a metade do teclado e escreva muito". Premissa simples sem sal que acabava por funcionar, se houvesse paciência para tal.  Não era uma forma desafiante nem, muito menos, divertida para aprender... isto é, até alguém japonês ter-se lembrado de associar zombies a tal.


Typing Of The Dead, publicado em 2000 primariamente em arcádas, é uma modificação do clássico House Of The Dead 2, publicado dois anos antes, que troca a light gun por um teclado. Ridículo? Sim. Fantástico? Duplo sim! Clássico de culto? Imediatamente!
O jogador é posto no papel de um agente secreto numa hilariante missão de livrar Veneza duma infestação de zombies e outros monstros, usando o seu arsenal de... ehr... armas disparadas por teclado. Não estamos a gozar: a personagem principal tem uma mochila ao estilo de Caça Fantasmas com um teclado preso ao peito!
É jogado em primeira pessoa, no estilo rail shooter, onde o jogador é confrontado com vagas e vagas de monstros, cada um com a sua placa com uma palavra/frase escrita. O objectivo é 'disparar' letras de forma a impedi-los de atacar e assim ferir o protagonista.
Este gameplay vai variando á medida que o jogo avança: certas secções incluem, por exemplo, múltipla escolha, onde já não é preciso só escrever rápido mas também escrever rápido a opção certa.


Okay, estão a ver quando tentam explicar algo que é fixe e original e fantástico e falham por completo ao fazê-lo, no entanto a coisa de que querem falar realmente é fixe, e original, e fantástico? Isso é a definição deste jogo!

Foi amplamente elogiado por críticos e fãs, graças ao seu humor sempre presente, originalidade, passo rápido e dificuldade. Mesmo quando jogado em 2016, uma altura em que praticamente toda a gente sabe escrever rápido num teclado este é um jogo que deixa os dedos pisados e teclas a ferver. O desafio aqui é bem real.
De resto podemos só referir que com todo o aspecto retirado a 100 por cento da versão da arcáda, juntamente com os gráficos que já eram mais que velhos por sí na altura em que foi lançado, somando os efeitos distorcidos de música, este é dos títulos que mais facilmente transmitem uma sensação retro, coisa que de certeza vai deixar jogadores mais velhos com enormes sorrisos nos lábios.



Typing Of The Dead existe para Windows, Dreamcast, Playstation 2 e iOS.
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