Já Jogaste... Oxenfree & Enslaved?
Já Jogaste... Oxenfree?
Se há factor
claramente proeminente na cultura pop hoje em dia é um sentido profundo
de nostalgia. Para dar um exemplo já aqui falado, Stranger Things, a série
mais falada do momento, é notavelmente baseada em vários filmes dos anos 80.
A nossa infância/adolescência (ou pelo menos a simulação da mesma) está-nos a ser vendida outra vez e consumimos-a com satisfação. Mas porque fazemos isso? Será a procura incessante de um momento puro que simule uma altura em que tudo era mais simples? Mais desligado?
Filosofia á parte
(afinal, isto é uma rúbrica sobre videojogos) Oxenfree é provavelmente
um dos últimos títulos a aparecer que beneficia de toda esta valorização do
retro e do nostálgico. E prima não só nesse aspecto como em tudo o resto que
faz.
Oxenfree põe
o jogador no papel de Alex, uma adolescente rebelde de cabelo azul, que, junto
com o seu melhor amigo Ren e o seu meio-irmão Jonas, dirigem-se para uma pequena
ilha, conhecida por ser uma base militar abandonada. Vão lá passar a noite numa
festa de praia com mais alguns amigos; uma última noite de verão antes da
escola recomeçar. Levam com eles um
velho rádio analógico porque é dito que na ilha, usando este tipo de
dispositivos ultrapassados, consegue-se ouvir transmissões antigas e estações
de rádio que já não existem. No entanto, o que acabam por captar acaba por
ser...
...onde paro de
falar. Esperavam um resumo completo? Não o posso fazer. Aprofundar a sinopse
seria apenas estragar uma fantástica experiencia narrativa, com qualidade rara
na indústria dos videojogos, normalmente habituada a entregar imitações baratas
de tal, cheias de clichês e plotholes. Este título é algo de único e
quanto mais experimentado sem qualquer conhecimento prévio sobre a sua
história, ainda melhor.
Em termos de gameplay
o jogo funciona um pouco como The Wolf Among Us (ver Já Jogaste #1) e Life
Is Strange (ver Já Jogaste #2), com grande foco na selecção de diálogo e
algumas mecânicas simples de plataforma em 2.5D.
O sistema de diálogo é notável, destacando se de outros títulos no mesmo estilo. Normalmente o processo nestes sistemas é a apresentação de uma fala, seguido por um silêncio onde é dada a opção ao jogador para introduzir a falar que deseja, selecionando-a de uma lista.
Oxenfree pega nesta fórmula já comum e dá-lhe um pouco de realismo: tal como num diálogo real, a nossa personagem está presente durante uma conversa, surgindo aleatoriamente opções de fala para contribuir para esta. Estas opções começam a desvanecer à medida que o diálogo avança para outros temas onde já não são adequadas.
Se o jogador decidir falar, então a conversa será dinamicamente alterada para suportar esta opção. Resumidamente, será talvez a melhor simulação de realmente contribuir para um diálogo num videojogo desenvolvido até agora, sendo usado durante todo o jogo e não só em determinadas sequências, enriquecendo períodos de transição de um local para outro com enriquecedor conteúdo narrativo e desenvolvimento das personagens.
É um jogo a ser
jogado com atenção, com um bom sistema de som, e é aconselhado particularmente
(como já referimos, aproveitamos) para fãs ou quem tenha visto a série Stranger
Things. Para os outros dizemos isto: joguem Oxenfree. E vejam Stranger
Things.
Por qualquer ordem. Mas
façam-no.
Oxenfree existe
para Windows, MacOS, Linux, Xbox One e Playstation 4.
Já Jogaste... Enslaved: Odyssey To The West?
Enslaved:
Odyssey To The West é um original recontar do clássico romance mitológico
chinês Jornada ao Oeste (fonte de inspiração para títulos como Dragon
Ball), aplicando o a uma temática pós apocalíptica, onde máquinas
inteligentes procuram escravizar os últimos vestígios da humanidade.
Neste mundo
controlamos Monkey, uma misteriosa personagem humanoide que encontramos
enclausurado, a ser transportado numa estranha aeronave de tráfico de escravos.
Na sua inevitável e espectacular fuga, dá com Trip, uma jovem rapariga humana
que manipula computadores e sistemas eléctricos ao seu gosto. Esta, em pânico,
pensa que Monkey é um inimigo e após quase matá-lo acidentalmente, aproveita o
facto de ele estar inconsciente para lhe colocar uma bandana escravizante.
Esta bandana obriga-o a
fazer tudo o que ela lhe pede, magoando o de forma excruciante se não o fizer e
matando-o se ela morrer.
Monkey é assim obrigado a
ajudar contra a sua vontade esta rapariga assustada a voltar para casa, uma das
últimas cidades humanas que ainda existem.
Um dos pontos que
faz Enslaved brilhar é a forma como apresenta o seu mundo: pode ser uma
realidade pós apocalíptica mas está longe de ser visualmente triste ou morta.
Os níveis são incrivelmente coloridos com fantástico uso de tons de verde e
vermelho, causados pela ferrugem das ruínas e a constante presença de vegetação
que agora retoma estes locais para sí. As próprias personagens, tanto
principais como inimigas, utilizam tons vivos na sua aparência, dando lhes um
aspecto memorável e característico.
Mecanicamente, o jogo é uma aventura em terceira pessoa, com enfase em combate corpo-a-corpo e exploração do ambiente, gratificante mas ordinário. As animações de movimento, particularmente escalar, são um pouco rudes, e contrastam com o resto dos controlos. Nada que estrague o jogo, muito pelo contrário, mas jogadores mais picuinhas poderão sair frustrados.
Mecanicamente, o jogo é uma aventura em terceira pessoa, com enfase em combate corpo-a-corpo e exploração do ambiente, gratificante mas ordinário. As animações de movimento, particularmente escalar, são um pouco rudes, e contrastam com o resto dos controlos. Nada que estrague o jogo, muito pelo contrário, mas jogadores mais picuinhas poderão sair frustrados.
A acção consegue manter-se fresca no seu desenrolar, não sendo apenas derrotar vagas e vagas de inimigos, introduzindo algumas sequências de perseguição, condução e não só, para quebrar a fórmula e manter um bom passo.
Qualidade indiscutível é
sim encontrada na fantástica animação, principalmente nas expressões das
personagens, que beneficiam do envolvimento de Andy Serkis (Lord Of The
Rings, Dawn Of The Planet Of The Apes, Avengers: Age Of Ultron,...) não só
na gravação do motion capture como também a dar voz a Monkey. As
personagens conseguem transmitir emoção de forma realísta e credível, algo
raríssimo em videojogos, até mesmo em títulos muito cinematográficos da última
geração.
Enslaved: Odyssey
To The West é um título de particular beleza que infelizmente passou ao
lado de muitos jogadores e que não teve a sua justa atenção. Apenas podemos
esperar que o seu estatuto um pouco de culto cresça de forma a justificar um remake
ou até mesmo uma sequela. E que talvez com esta rúbrica, tenha ganho mais
alguns fãs que ajudem a impedir que este título desapareça da memória.
Enslaved:
Odyssey To The West existe para Windows, Xbox 360 e Playstation 3.
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