Making a Murderer

Fascinante. Perturbante. Controverso.


As realizadoras Moira Demos e Laura Ricciardi investiram uma década no caso de Steven Avery, a peça central deste documentário da Netflix. E o que tem Steven Avery de tão especial para ser o protagonista de um documentário de 10 horas? Para começar, passou 18 anos preso por um crime que não cometeu - mas a história não acaba aqui, apenas começa. 

Após ser ilibado, Avery rapidamente se encontra acusado de homicídio, num caso polémico não só pela sua condenação prévia como pelos contornos inusitados que caracterizaram a investigação e o julgamento que se seguiu.

É difícil tornar procedimentos legais interessantes, mas um trabalho de edição exímio conseguiu fazer de Making a Murderer um sucesso. É inconcebível que uma audiência moderna consiga devotar 10 horas a acompanhar um só caso - mas a verdade é que é isso que acontece aqui num fenómeno de voyeurismo inquietante. 

A primeira condenação de Steven Avery (1985)

Independentemente do que cada espectador possa achar sobre a culpabilidade de Avery, é impossível não terminar esta série documental com um sentimento de desconforto. Abuso de poder, procedimentos legais errados, conduta errónea (e suspeita) das autoridades competentes - uma receita capaz de deixar qualquer um incomodado, tendo em conta que todos estes ingredientes podem meter um inocente atrás de barras uma vida inteira.

É, claro, importante ver Making a Murderer com uma pespectiva crítica. Como é normal o formato não permite que sejam apresentadas todas as provas pertinentes para o caso. Torna-se fulcral não cair no erro que o próprio documentário aponta como tal: agarrar em opiniões pré-concebidas e torná-las certeza absoluta.  

A Netflix disponibilizou o primeiro episódio completo no Youtube:




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